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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Há Momentos

de Clarice Lispector:

Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O que acontece dentro da escola

Fonte: Tânia Ramos Fortuna, pedagoga e professora de Psicologia da Educação da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), e Silvia Perrone, coordenadora do Departamento de Pedagogia da Universidade Metodista (SP)
 
Ao buscar uma escola para seu filho, você se deparou com uma boa quantidade de atividades no currículo: roda de conversa, contação de histórias, aula de artes e teatro, entre tantas outras. Será que é tudo realmente necessário? “A pré-escola é uma fase em que a criança está muito aberta para o mundo. É um período de descobertas”, afirma Silvia Perrone, coordenadora do Departamento de Pedagogia da Universidade Metodista (SP). Para ajudar você a tirar suas dúvidas sobre o currículo na educação infantil, a CRESCER listou uma série de atividades e explica a importância de cada uma.

Contação de histórias e Leitura para bebês  
Pode ser uma prática diária, não importa se é uma história inventada na hora, ou se a professora está lendo um livro. ”O livro é como uma porta aberta para outros tempos, outras culturas. Deve ser um momento mágico”, explica Silvia. E para os bebês, mesmo que não compreendam a história, vale o estímulo pela modulação da voz, as imagens e ilustrações. Deve ser um momento de prazer, e não de obrigação. O professor também deve deixar a criança levar os livros para casa.
Por que: O estímulo à leitura se torna algo gostoso, e não relacionado apenas a avaliações. Desenvolve a linguagem, pensamento abstrato, imaginação, gestão da angústia. As histórias infantis ainda permitem que as crianças se identifiquem com os personagens, o que ajuda a compor e definir sua personalidade.

Roda de conversas
Não deve ser o momento de dar lição de moral. Promover brincadeiras que estimulem a oralidade ou levar uma imagem para que todos falem sobre ela também é uma boa opção para as rodas. O ideal é compor uma roda de conversa a partir do momento em que as crianças sejam capazes de se manterem sentadas por algum tempo, e que sejam mantenham o foco da atenção em outras pessoas (o que é muito difícil antes de 3 ou 4 anos de idade)
Por que: Importante para as crianças aprenderem a sustentar argumentos, expressar emoções, desenvolver a fala, o hábito de ouvir outras pessoas e conversar.

Artes plásticas
O importante é estimular a produção, seja por meio do desenho, pintura, escultura, colagem ou instalação. Não deixar que a criança apenas reproduza ou copie determinada obra. Diversificar os materiais, de pincéis de diferentes tamanhos a tintas mais aguadas ou mais espessas. Apresentar obras de arte originais também pode fazer parte da atividade. E, assim como no caso da música, não se deve ficar só no que é “feito para criança”.
Por que: Assim como a música e o teatro, é uma outra forma de linguagem. Daí sua importância para o desenvolvimento da capacidade comunicativa da criança, que, enquanto interage com a produção artística visual de qualquer artista, aprende regras de composição, seus códigos e seus símbolos.

Teatro
É um outro canal de expressão, assim como a música e as artes plásticas. Uma peça pode ser construída a partir de uma história contada em sala de aula, por exemplo. No caso das que são muito tímidas e não gostam de se expor, a escola não deve “forçar” a participação. Que tal achar uma função nos bastidores? Organizar pequenas excursões ao teatro com os alunos também é importante, assim como estimular os pais a levarem os filhos.
Por que: Colocar-se no lugar do outro, imaginar, criar, expressar-se gestual e oralmente, desinibir-se, são alguns dos aspectos que o teatro incentiva. Assim como na literatura, na música e nas artes plásticas, oferece sentido às situações vividas e auxilia no amadurecimento, já que permite se identificar de maneira inconsciente com os personagens. Por isso mesmo, a participação não deve ser imposta ou manipulada pelos adultos, pois o teatro é, antes de tudo, uma experiência para a própria criança, e não para os outros verem.

Música
Desde antes de nascer a criança já interage com os sons. A atividade deve se basear no tripé “ouvir, refletir e produzir”. Vale apresentar diferentes tipos de música, da clássica às canções folclóricas, e não apenas aquelas ”feitas para criança”. Estimular a criança a identificar os sons de diversos instrumentos e também aqueles produzidos pelo próprio corpo. Manusear instrumentos reais e produzir aqueles de sucata.
Por que: A música também é uma forma de linguagem de comunicação e, assim colabora para desenvolver a capacidade comunicativa da criança.

Contato com a natureza
Cuidar de uma horta ou apenas plantar um vasinho, ter contato com animais, visitar fazendinhas...As crianças que vivem em grandes centros urbanos têm poucas oportunidades de contato com a natureza. Portanto, é importante estimular essas experiências. No entanto, a escola deve estar atenta para que a atividade seja o mais natural e espontânea possível, e integrada à rotina escola. Caso contrário, pode ser uma experiência estranha ou até um pouco bizarra.
Por que: Cuidar de uma planta desenvolve, ainda, o estímulo à paciência, já que as crianças precisam esperar o ciclo natural para que ela cresça. É um jeito de trabalhar a ciência na prática.

Datas comemorativas
Esta é uma questão que divide opiniões. O que não pode é deixar que as datas sejam uma “tirania no currículo, impedindo a produção de atividades de maior significado ou que contribuam para seu desenvolvimento e aprendizagem”, como afirma Tânia Fortuna, pedagoga e professora da UFRGS. Já para Silvia Perrone, em vez de tantos ‘dias dos pais, das mães, das avós etc.”, é melhor ter um “dia da família”. “Toda criança tem uma família, não importa se tem só mãe, só avós ou só pais, por exemplo”. Se a razão para comemorar alguma data é mostrar o que as crianças estão produzindo em sala de aula (o que é importante para levar a família à escola), o ideal seria organizar festivais, pequenas exposições ou saraus de poesia, por exemplo. De qualquer maneira, se as datas comemorativas são importantes para a sua família, procure se informar antes se fazem parte do calendário.

Por que: É importante inserir as crianças no tempo, e as datas contribuem para isso, pois ajudam a construir a noção de antes e depois, do mesmo e do diverso, além de oferecer noções rudimentares de história e geografia. É importante, contudo, examinar quais e quantas datas serão comemoradas na rotina escolar, pois de nada adianta organizar as atividades das crianças em torno de fatos que têm pouca importância direta ou que elas não compreendam.
A rotina na educação infantil
Assim como estão abertas para novos conhecimentos, a criança nesta fase também está aprendendo a se tornar mais autônoma. Por isso, a escola também pode estimular a criança a se cuidar e a fazer sozinha pequenas coisas. Escovar os dentes, colocar o tênis e a camiseta (mesmo que tudo pelo avesso), guardar os materiais no local correto, se alimentar sozinha (não importa a bagunça...), e até perceber sozinha que o nariz está escorrendo...Tudo isso faz parte da rotina na educação infantil. Muitas vezes, os pais se surpreendem ao perceber do que o filho já é capaz.

Autocontrole pode ser mais importante do que inteligência, diz pesquisa.

Fonte: Revista Crescer

Ajudar seu filho a ter autocontrole desde pequeno contribui para que ele tenha uma vida adulta mais saudável e feliz. E , para o bem-estar a longo prazo, essa qualidade pode ser mais importante até mesmo do que a inteligência. É o que mostrou um estudo da Duke University, nos EUA. Os pesquisadores avaliaram 1.500 pessoas desde o nascimento até os 32 anos. E constataram que aquelas que conseguiram se controlar desde a infância tiveram menos doenças (como hipertensão e obesidade), problemas financeiros e dependência a drogas, cigarro e álcool.

Os cientistas levaram em conta características como tolerância aos sentimentos de frustração, persistência para atingir um objetivo, hiperatividade e dificuldade de se manter concentrado em uma mesma tarefa (montar um quebra-cabeça, por exemplo). "Autocontrole é uma qualidade vital para planejar aonde você quer ir, controlar o temperamento quando a vida o frustra, conviver bem com outras pessoas, saber esperar o que é realmente bom em vez de se contentar com seduções imediatas", disse à CRESCER Terrie Moffitt, principal autor do estudo e professor do departamento de psicologia e neurociências da Duke University.

Essa virtude não deve ser confundida com o controle de sentimentos, a ponto de a criança aprender a reprimir o que sente (o que é totalmente contraindicado). “Uma coisa é o filho ficar chateado porque não pode ver TV na hora que quer e aprender a superar esse momento. Outra é proibi-lo de chorar porque está triste”, explica a psicanalista Anne Lise Scappaticci, professora de terapia familiar da Unifesp e colunista da CRESCER.

A forma mais comum da falta de controle é a impulsividade: seu filho se frustra ou se cansa e deixa claro sua insatisfação – com um escândalo ou desistindo da atividade. É claro que fazer birra é normal na infância. Os pais só precisam ficar atentos aos exageros. "Se as reações negativas se tornam um hábito e prejudicam a criança nas relações com outras pessoas, há um problema aí", indica Moffitt.

A consultora de Recursos Humanos Angela Camargo, 34, conversa sempre com sua filha, Luisa, de 3 anos, para que ela etenda que as frustrações fazem parte da vida. “Às vezes não é fácil, mas eu não cedo”, diz. “Mas não vivemos num quartel militar: a gente negocia um prazo, algumas trocas.” Afinal de contas, os combinados também são uma maneira de impor limites.

E saiba que o problema pode se manifestar exatamente de maneira oposta. Vítimas constantes de bullying ou crianças que ficam apáticas diante de uma situação difícil também mostram que não têm controle de si.

Dá para ensinar?
Os especialistas concordam que é possível, sim, orientar a criança desde cedo para que ela aprenda a ter autocontrole. A dica básica é ter em mente que o aprendizado tem dois lados, dos pais e da criança, e que uma boa conversa é essencial sempre. Adultos pacientes e equilibrados tendem a ser mais bem-sucedidos ao ajudar o filho a lidar com frustrações e limites. Veja a seguir outros exemplos de como praticar tudo isso na sua família.