Endereços

Aquarela XV - 3402-5528 / 3434-0328
Aquarela São João - 3422-1234 / 3422-7880

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Incentivar a autonomia é fundamental para o desempenho cognitivo da criança.

Pesquisa canadense mostra que, quando as mães dão suporte para que a criança possa realizar atividades sozinha, há uma melhora em sua capacidade de resolver problemas, na memória e no pensamento.

Você faz tudo para o seu bebê? Tudo até encaixar um bloco de brinquedo que ele não está conseguindo? Veja só: um estudo realizado na Universidade de Montreal com 78 mães e filhos mostrou que, quando elas dão autonomia às crianças, há um impacto positivo na função executiva, um dos pilares do desenvolvimento cognitivo. Essa função engloba a memória de trabalho, raciocínio, capacidade de resolução de problemas e flexibilidade de tarefas, além da capacidade de planejamento e execução de atividades.

Para o estudo, as famílias foram visitadas em duas ocasiões: quando a criança tinha 15 meses e depois, ao completar 3 anos. Na primeira visita, foi pedido à mãe que ajudasse o filho a completar uma tarefa com um nível de dificuldade consideravelmente alto. Essa atividade durava cerca de 10 minutos e foi gravada em vídeo para que os pesquisadores pudessem analisar o tipo de suporte materno. Ou seja, se ela o encorajava, se era flexível, se incentivava e respeitava o ritmo da criança.

Quando as crianças completaram 3 anos, os cientistas, por meio de uma série de jogos adaptados, avaliaram a força da memória de trabalho e da capacidade de pensar sobre vários conceitos simultaneamente. Aquelas que obtiveram melhores pontuações tinham mães que ofereciam um suporte consistente ao desenvolvimento de sua autonomia.

Autônomo desde cedo?

Você pode até achar exagero dar autonomia ao bebê desde pequeno. Mas trata-se de um processo gradual, que vai se desenvolvendo à medida que o seu filho realiza novas conquistas e adquire condições que contribuem pouco a pouco para que ele se torne independente. “Nós não ‘damos’ autonomia a uma criança, nós vamos ensinando e deixando que ela tente resolver questões, situações e conflitos nos quais houve uma orientação prévia, para que possamos reforçar os conceitos educativos e valores morais ensinados anteriormente. Neste sentido, a escolha da criança não é autônoma, mas supervisionada por pais ou responsáveis”, explica a psicóloga Rita Calegari, do Hospital São Camilo (SP).

Por isso, não se assuste: incentivar essa independência do seu filho é muito diferente de deixá-lo tomar decisões e fazer escolhas por conta própria. “Esse estímulo desde bebê é extremamente desejável. Para um desenvolvimento psicológico saudável é necessário que se interaja com o ambiente e que este o desafie, isto é: propor à criança situações que estimulem a busca ativa por soluções”, explica o psicólogo e neurocientista Hudson de Carvalho, do Código da Mente. 

Isso quer dizer que você deve estar ao lado da criança, orientando no que for possível, incentivando a realização de tarefas e propondo novos desafios, sempre permitindo que ela supere seus limites e explore o ambiente, dentro do que for seguro. “Dar espaço e oportunidade ao bebê é um ato de amor, cuidado e desprendimento”, explica o psicólogo Hudson.

É precisamente este terceiro item que representa o maior obstáculo para os pais: todo mundo quer ver o filho feliz e realizado, por isso é difícil (e doloroso) vê-lo lidar com o erro e a decepção sem interferir.  “O desprendimento surge quando o pai e mãe permitem que a criança lide com a frustração. Deve-se dar incentivos para que o bebê tente resolver algo que tenha condições de dar conta sozinho”, completa Hudson.

Quer saber como, no dia a dia, você pode incentivar a autonomia do seu filho? Confira abaixo dicas que você pode aplicar de acordo com a idade da criança:

- Envolva a criança aos poucos em pequenas escolhas do dia a dia. Deixe-a decidir qual será a sobremesa do almoço de sábado, por exemplo. Dê opções de trajes para que decida o que prefere vestir, apresente diferentes livros. Dica: limite o número de opções para que ela não se sinta perdida.

- Deixe o seu filho ciente sobre os ônus e bônus de toda a escolha, antes que ela decida o que quer e dê tempo para que possa refletir.

- Se a criança se arrepender da escolha que fez, ensine-a a lidar com a frustração! Explique que é assim mesmo, que haverá outras oportunidades e que ela fez o que achou melhor para aquele momento. Não a critique ou diga "eu te disse!".

- Separe todos os dias 30 minutos para brincar com seu filho e neste período de tempo se proíba de corrigi-lo, repreendê-lo e guiar a brincadeira. Faça aquilo que ele indicar que quer fazer - desde que não o coloque em risco, claro!

Mas é sempre válido lembrar que estimular a autonomia não significa deixar seu filho fazer o que quer o tempo todo. Isso apenas irá deixá-lo mimado.

Fonte: Site Crescer

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Associação Americana de Pediatria aprova uso de creme dental com flúor desde o primeiro dente do bebê.

Odontopediatria brasileira já recomenda a aplicação desde 2009.
Nas prateleiras de supermercados ou farmácias, naquele corredor específico de produtos para bebês, a maior parte das embalagens dos cremes dentais indicados para a faixa etária que vai de 0 a 3 anos, destaca: "Sem flúor" ou "Não contém flúor". Há pais de filhos pequenos que têm receio de aplicar nos dentes das crianças as versões com a substância. No entanto, de acordo com uma nova recomendação da Academia Americana de Pediatria, um dos órgãos mais influentes do mundo quando se trata de saúde infantil, os primeiros dentes dos bebês devem, sim, ser higienizados com cremes que contêm esse elemento na fórmula.

Apesar de esta ser a recomendação oficial do órgão brasileiro de odontopediatria desde 2009, somente agora a Associação Americana de Pediatria se manifestou a favor do uso. A Sociedade Brasileira de Pediatria concorda com a orientação. "Alinhado com as recomendações da Academia Americana de Pediatria, o Departamento de Pediatria Ambulatorial da SBP recomenda que crianças a partir do primeiro dente usem uma escova macia e uma quantidade de pasta que equivale a um grão de arroz", diz Tadeu Fernando Fernandes, pediatra e presidente do Departamento de Pediatria Ambulatorial da SBP.

Havia o temor de que o creme dental engolido pelos bebês levasse à fluorose, que provoca manchas brancas nos dentes permanentes, antes mesmo de sua formação. A preocupação era ainda maior, considerando-se que a água corrente que sai de nossas torneiras também já vem com uma certa quantidade de flúor. "Existe uma interpretação errada quando se fala que o creme dental causa fluorose. Na verdade, ela é ocasionada pelo excesso de flúor ingerido pela criança, sem o controle dos pais. A pasta deve ser usada, mas na quantidade certa recomendada pelo odontopediatra e sob supervisão de um adulto", diz Luciana Nogueira da Cunha Rosa, professora da pós-graduação em Odontopediatria do Senac Tiradentes. Por isso, os pais devem ficar atentos à concentração de flúor no creme dental escolhido (saiba mais abaixo, em “Como escolher a pasta”), à quantidade aplicada na escova ou na dedeira e se responsabilizar pela escovação dos filhos, principalmente dos menores", afirma Paulo César Rédua, presidente da ABO (Associação Brasileira de Odontopediatria).

Para evitar qualquer tipo de problema com a escolha da pasta, e do momento certo para iniciar o uso da escova e do creme dental para fazer a higiene bucal, é fundamental que os pais levem os filhos ao odontopediatra assim que nasce o primeiro dente. "As orientações variam de acordo com a rotina [alimentar] e com as características de cada criança. Um bebê que já tem cinco dentes, mas não tem contato com o açúcar, pode demandar uma frequência e uma maneira de escovação diferente de outro, com apenas um e que come biscoitos diariamente", exemplifica Rédua. Depois, na maior parte dos casos, as visitas ao consultório podem continuar acontecendo a cada seis meses.

Como escolher a pasta?
Então, os bebês podem usar pastas de dente comuns desde o início da dentição, mas, de volta às prateleiras do supermercado, qual produto escolher, diante de tantas opções? "Os pais devem ler o rótulo e procurar por produtos que tenham uma concentração de flúor entre 1100 e 1450 ppm (partes por milhão). Nos cremes dentais infantis, o que muda é o sabor, geralmente mais atraente para esse público, mas a eficiência é a mesma", explica o presidente da ABO. "Se tiver concentração inferior a 500 ppm, não protege das cáries", afirma. Enquanto a criança ainda não tem os dentes molares (os do fundo, que contêm mais sulcos e fissuras, locais de difícil alcance da escova e, portanto, favoráveis para o acúmulo de bactérias), a limpeza pode ser feita com uma dedeira ou gaze. Depois disso, o uso da escova de dentes torna-se obrigatório. Para escolher, basta seguir a indicação de idade especificada na embalagem.

Quantas vezes e quanta pasta colocar?
Em geral, o ideal é escovar pelo menos de manhã e à noite para os menores de 2 anos. Mesmo que você não consiga supervisionar as outras limpezas do dia, garanta que a última, antes do seu filho ir para a cama, seja bem feita, de preferência por você. Comer somente nos horários certos também ajuda na prevenção da cárie. "Se a criança se alimentar várias vezes ao dia, fora dos horários das refeições e dos lanches, os dentes ficam mais expostos à sujeira", explica Rédua. Uma das funções da saliva é limpar restos alimentares e micro-organismos que favorecem a infecção por cáries. Comer a toda hora, principalmente alimentos que contenham açúcar, sobrecarrega esse mecanismo, que acaba não dando conta do recado. Sem contar, é claro, os outros problemas associados a esse comportamento, como a obesidade.

Os pais também devem ficar atentos à quantidade de pasta usada em cada escovação. Isso também pode ser alterado de acordo com a orientação profissional. A princípio, a recomendação para as crianças de até 2 anos é uma quantidade que equivale ao tamanho de um grão de arroz cru. Depois disso, os pais podem aumentar gradativamente, até o tamanho de um grão de ervilha para os maiores. "Se os pais usarem essa quantidade, não ultrapassam 30% da margem de segurança de deglutição de flúor, ou seja, ainda que a criança engula o creme dental, ela não correrá riscos de ter nenhum problema por conta disso", explica o presidente da ABO.
Fonte: Site Crescer