Veja em que situações o melhor é procurar atendimento rápido.
Quantas vezes você não chegou no pronto-socorro com seu filho e, no meio de tantas crianças abatidas e com febre, encontrou outras que corriam pela sala de espera inteira e até gargalhavam?
De fato, não são todas que precisavam estar lá, mas a ansiedade dos pais e até a dificuldade de falar com o pediatra são motivos que os levam a correr com os filhos para o hospital mais próximo, como explica Cid Pinheiro, pediatra do Hospital São Luiz (SP). Outra questão é a rapidez com que circulam as informações. “Um caso de meningite em uma cidade vira em poucos minutos notícia na internet. Isso pode gerar preocupação em locais em que nem há grandes riscos da doença”, diz. A consequência disso são prontos-socorros lotados e uma espera enorme para a consulta.
Por outro lado, não se pode generalizar: há situações, como intoxicação e dificuldade respiratória, em que você tem, sim, que correr com a criança para o hospital – mesmo se ela parecer estar “boazinha”. Para ajudar você a saber o que é urgência ou não, selecionamos algumas situações em que o melhor é levar seu filho ao pronto-socorro. Confira:
Diarreia
O maior problema da diarreia é a desidratação. Lábios e língua secos, falta de elasticidade da pele, diminuição da urina e olhos fundos são sinais clássicos do problema, que exige atendimento imediato. Esses sintomas podem aparecer após algumas horas ou depois de alguns dias.
Alergia
Manchas pelo corpo e coceira precisam ser tratados, mas podem esperar uma consulta com o pediatra ou o dermatologista. A situação é grave quando existe algum sintoma respiratório. Tosse rouca, dificuldade para respirar ou chiado estão entre eles. Também é preciso ficar atento com os sinais de choque anafilático, como inchaço nos lábios e garganta.
Ferimentos/quedas
Se a criança tiver um sangramento intenso e difícil de estancar, é motivo para correr para o PS. O mesmo vale para traumas sérios, como a queda de um brinquedo alto, ainda que não exista sinais de fratura. Se o seu filho bater a cabeça, observe seu comportamento nas próximas 18 horas. No entanto, se ele desmaiar, vomitar uma ou mais vezes, mostrar desorientação, continuar irritado após 15 minutos da queda, ficar mole e sem pique, não pense duas vezes e vá ao hospital.
Febre
A febre por si só não deve preocupar. Por um período de 12 horas, você pode controlá-la em casa. Lembre-se de que o antitérmico leva até 50 minutos para fazer efeito. Se não estiver conseguindo baixar a temperatura do seu filho com o remédio – ou ela apresentar picos acima de 39,5oC – vá ao pronto-socorro. A mesma recomendação serve para casos em que a febre está associada a outros sintomas, como vômito, diarreia, dor de cabeça, choro exagerado, alteração de comportamento e sonolência excessiva.
Intoxicação
Remédios e produtos de limpeza (principalmente aqueles que são guardados em garrafas de refrigerantes) são os campeões da intoxicação infantil. Nesse caso, não há dúvida: vá para o hospital. Não induza o vômito porque algumas substâncias (como a soda cáustica), quando expelidas de maneira inadequada, agravam a lesão. Antes de sair de casa, pegue o rótulo da substância, tente verificar a quantidade ingerida e marque o horário. Se for uma planta, procure saber o nome dela. Qualquer informação que você tiver será importante na hora de o seu filho ser avaliado.
Dificuldade respiratória
Cansaço respiratório, laringite e rouquidão são outros sinais de alerta e podem ser indícios de um caso mais grave, como início de pneumonia. Pequenos objetos também podem causar problemas respiratórios. Se a criança aspirar ou engolir um brinquedinho, por exemplo, vá imediatamente ao PS.
Convulsão
Se a criança sofrer convulsão, os pais têm de procurar auxílio médico imediatamente, porque apenas um profissional saberá precisar o que pode acontecer, quanto tempo a crise vai durar e se é complexa ou não. Você deve observar por quanto tempo a criança se debateu, se enrolou a língua, quais movimentos fez, se os músculos enrijeceram ou não.