Articulada pela Secretaria de Educação, a iniciativa terá ações no Facebook e no canal Cartoon Network para dialogar com os alunos.
O Governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Educação, lançou na última quarta-feira (13) a campanha Bullying. Curta outra ideia. Para inovar, o órgão fez uma parceria inédita com a rede social Facebook e o canal infantil de televisão Cartoon Network, que desde novembro do ano passado promove a ação Chega de bullying: não fique calado.
Para a rede social foi criado um aplicativo voltado para estudantes, educadores e pais. Com essa ferramenta, é possível compartilhar histórias pessoais com amigos e familiares, incentivar outros a participar do movimento e criar grupos específicos de prevenção ao bullying nas escolas. Na TV serão exibidos vídeos protagonizados por personalidades, como Claudia Leitte, Marcelo Tas, Ganso e Selena Gomez, contando o que pode ser feito para evitar o problema.
"Com o aplicativo criado pelo Facebook e o engajamento de milhões de adolescentes e adultos nas redes sociais, a conscientização sobre a importância da prevenção ao bullying terá um alcance nunca visto antes", declarou em nota à imprensa Barry Koch, vice-presidente sênior e gerente-geral do Cartoon Network para a América Latina.
Para Felipe Angeli, coordenador do Sistema de Proteção Escolar da Secretaria, ter uma ferramenta de comunicação com os alunos é um ganho de qualidade no debate sobre o bullying. "É de nosso interesse ter uma linguagem próxima dos jovens para que eles entendam essa questão com mais seriedade". De acordo com Gustavo Teixeira, psiquiatra infantil e autor do livro Manual Antibullying (Ed. BestSeller), a luta contra o problema passa pelo diálogo com as crianças. "É importante falar direto com elas, explicar o que é bullying."
Outras ações
A Secretaria da Educação do Estado também firmou uma parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para distribuir 250 mil cartilhas a todos os professores da rede estadual. O material esclarece dúvidas sobre como identificar agressores e vítimas, qual é o comportamento dessas crianças e dá dicas para auxiliar na superação dos problemas.
"Essa campanha não é o começo nem o fim da luta contra o bullying, é mais um passo que estamos dando. Ele já é um assunto muito falado, e hoje existe até certa banalização. Nossa ideia agora é colocar os pingos nos is, separar o que é e o que não é bullying e qualificar o debate", afirmou Angeli.
Importância da campanha
Para Gustavo Teixeira, a atenção dos órgãos públicos em relação ao problema é fundamental para preveni-lo. "É importante que o governo tenha planejamento e sensibilidade para esse tipo de campanha. Um programa assim só é eficaz se for feito de forma continuada. É preciso capacitar educadores, professores, funcionários das escolas, além dos pais, para que eles trabalhem esse tema continuamente". Na opinião do psiquiatra, a questão deve ser vista como um problema de saúde pública, já que o bullying está entre os principais fatores que levam à depressão e suicídio entre jovens. E, para combatê-lo, é preciso trabalhar conceitos de ética, moral e respeito às diferenças, desde cedo.
Afinal, o que é bullying?
Em crianças com cerca de 3 anos já é possível identificar reações de bullying. Os conflitos fazem parte do desenvolvimento de qualquer criança, mas tapas e mordidas frequentes, sempre na mesma vítima, são algumas características. À medida em que as crianças crescem, o abuso se torna mais psicológico. Nas meninas, o mais comum é fazer fofocas, excluir. Separamos algumas dicas para você ficar de olho.
Existe bullying quando...
- As agressões, físicas ou psíquicas, são repetitivas e intencionais, contra a mesma criança, por muito tempo;
- Não existem motivos concretos para as agressões;
- Há desequilíbrio de poder: o agressor é mais forte ou mais poderoso que a vítima;
- O sentimento que causa nas vítimas é de medo, angústia, opressão, humilhação ou terror.
E não existe quando...
- As agressões são casuais ou pontuais. As crianças logo estão brincando juntas de novo;
- As brigas são causadas por motivos como a disputa de um brinquedo;
- A brincadeira, mesmo que mais agressiva, é entre iguais;
- Os papéis se alternam: a criança que hoje é a vítima na brincadeira, na semana seguinte pode ser o agressor;
- O sentimento na brincadeira é de alegria. A criança gosta dos apelidos e se diverte nas brincadeiras.
Fonte: Revista Crescer
Nenhum comentário:
Postar um comentário