Atualmente, muito mais do que interrogar as condições que levam um casal a se separar, os psicólogos têm se debruçado sobre os efeitos produzidos nos filhos pela separação dos pais. É unânime o reconhecimento de que esta situação é traumática e causa muito sofrimento para as crianças, além de outros prejuízos de naturezas diversas que podem perdurar por mais tempo do que se imaginava. Os filhos têm sido apontados como os membros da família que mais sentem a separação, mesmo quando esta é unanimemente reconhecida como a melhor escolha para um casal.
De acordo com as pesquisas que têm sido desenvolvidas pelos psicólogos, as formas que esse sofrimento adquire nas crianças variam de acordo com a faixa etária:
- Choro, agitação, alterações nos batimentos cardíacos e aumento da pressão arterial sinalizam a expressão dos sentimentos nos mais novos. Mesmo os bebês que ainda não entendem o que está acontecendo já são capazes de captar os estados de tensão presentes no ambiente e de se “darem conta” de que algo não vai bem.
- Atitudes medrosas e regressivas caracterizam as respostas das crianças em idade pré-escolar. Este grupo seria o mais atingido pelos efeitos nefastos da separação porque, em função do pouco desenvolvimento cognitivo, as crianças dessa idade não conseguem compreender o que, de fato, está acontecendo na família.
- Fantasias de que a separação dos pais é temporária caracterizam as respostas das crianças entre quatro e cinco anos de idade. Afinal, é isso o que ocorre quando elas brigam com os amigos.
O sentimento de culpa surge geralmente entre as crianças que estão entre os cinco e os seis anos. Elas imaginam terem sido a causa da separação dos pais, seja porque haviam “pensado” nisso ou até mesmo “desejado” que isso acontecesse, seja porque fizeram alguma coisa errada e a separação seria uma consequência deste erro.
- Sentimento de abandono, agressividade dirigida aos pais, prejuízo no rendimento escolar e alterações de comportamento são mais frequentes entre as crianças acima de seis anos. Se, por um lado, elas já conseguem compreender melhor as razões que deram lugar à separação dos pais, por outro, a pouca maturidade ainda não as livra dos efeitos nefastos deste tipo de solução para os impasses conjugais.
- Ansiedade, instabilidade emocional, baixa autoestima e dificuldade para manter relacionamentos amigáveis ou amorosos por medo de traição, mágoa ou abandono são citadas como consequências colhidas em longo prazo, geralmente entre pré-adolescentes e adolescentes (Revista Crescer, s/d; Granato, s/d; Maneira, s/d; Prado de Toledo, 2007; Rico, s/d; Tessari, 2005).
Apesar dos dados acima, essas pesquisas também apontam outro aspecto: há indicações de que a separação não causa só efeitos danosos. Existem indivíduos que conseguem superar as perdas em jogo nessa situação. Muitas crianças apresentam maior capacidade adaptativa diante do afastamento de um dos pais, da perda da segurança de pertencer a ambos e de ser cuidada pelos dois, da mudança na rotina familiar e no cumprimento das tradições que eram praticadas.
Como é possível verificar, a psicologia tem pesquisado tanto os bons quanto os maus efeitos da dissolução familiar. Mas existem pontos sobre os quais as reflexões psicológicas deixam muito a desejar: elas não interrogam o que significa para uma criança a separação dos seus pais, muito menos qual é a natureza da perda ocorrida nesses casos. A descrição pormenorizada dos aspectos emocionais, a divisão dos efeitos por faixas etárias e a quantificação dos dados a partir dessas categorias não permitem refletir sobre a função da família na constituição subjetiva, sobre a natureza do sofrimento psíquico de uma criança nesta situação, sobre as razões pelas quais as crianças em idade pré-escolar são as mais atingidas pelos efeitos negativos da separação. Será que o “pouco desenvolvimento cognitivo” é mesmo o grande vilão da história? É isto o que impede que as crianças entendam o que está acontecendo com a família? Onde situar o processo cognitivo, afinal? Quais as perdas e os prejuízos existentes para a criança quando os seus pais se separam? Deixe aqui sua opinião...
De acordo com as pesquisas que têm sido desenvolvidas pelos psicólogos, as formas que esse sofrimento adquire nas crianças variam de acordo com a faixa etária:
- Choro, agitação, alterações nos batimentos cardíacos e aumento da pressão arterial sinalizam a expressão dos sentimentos nos mais novos. Mesmo os bebês que ainda não entendem o que está acontecendo já são capazes de captar os estados de tensão presentes no ambiente e de se “darem conta” de que algo não vai bem.
- Atitudes medrosas e regressivas caracterizam as respostas das crianças em idade pré-escolar. Este grupo seria o mais atingido pelos efeitos nefastos da separação porque, em função do pouco desenvolvimento cognitivo, as crianças dessa idade não conseguem compreender o que, de fato, está acontecendo na família.
- Fantasias de que a separação dos pais é temporária caracterizam as respostas das crianças entre quatro e cinco anos de idade. Afinal, é isso o que ocorre quando elas brigam com os amigos.
O sentimento de culpa surge geralmente entre as crianças que estão entre os cinco e os seis anos. Elas imaginam terem sido a causa da separação dos pais, seja porque haviam “pensado” nisso ou até mesmo “desejado” que isso acontecesse, seja porque fizeram alguma coisa errada e a separação seria uma consequência deste erro.
- Sentimento de abandono, agressividade dirigida aos pais, prejuízo no rendimento escolar e alterações de comportamento são mais frequentes entre as crianças acima de seis anos. Se, por um lado, elas já conseguem compreender melhor as razões que deram lugar à separação dos pais, por outro, a pouca maturidade ainda não as livra dos efeitos nefastos deste tipo de solução para os impasses conjugais.
- Ansiedade, instabilidade emocional, baixa autoestima e dificuldade para manter relacionamentos amigáveis ou amorosos por medo de traição, mágoa ou abandono são citadas como consequências colhidas em longo prazo, geralmente entre pré-adolescentes e adolescentes (Revista Crescer, s/d; Granato, s/d; Maneira, s/d; Prado de Toledo, 2007; Rico, s/d; Tessari, 2005).
Apesar dos dados acima, essas pesquisas também apontam outro aspecto: há indicações de que a separação não causa só efeitos danosos. Existem indivíduos que conseguem superar as perdas em jogo nessa situação. Muitas crianças apresentam maior capacidade adaptativa diante do afastamento de um dos pais, da perda da segurança de pertencer a ambos e de ser cuidada pelos dois, da mudança na rotina familiar e no cumprimento das tradições que eram praticadas.
Como é possível verificar, a psicologia tem pesquisado tanto os bons quanto os maus efeitos da dissolução familiar. Mas existem pontos sobre os quais as reflexões psicológicas deixam muito a desejar: elas não interrogam o que significa para uma criança a separação dos seus pais, muito menos qual é a natureza da perda ocorrida nesses casos. A descrição pormenorizada dos aspectos emocionais, a divisão dos efeitos por faixas etárias e a quantificação dos dados a partir dessas categorias não permitem refletir sobre a função da família na constituição subjetiva, sobre a natureza do sofrimento psíquico de uma criança nesta situação, sobre as razões pelas quais as crianças em idade pré-escolar são as mais atingidas pelos efeitos negativos da separação. Será que o “pouco desenvolvimento cognitivo” é mesmo o grande vilão da história? É isto o que impede que as crianças entendam o que está acontecendo com a família? Onde situar o processo cognitivo, afinal? Quais as perdas e os prejuízos existentes para a criança quando os seus pais se separam? Deixe aqui sua opinião...
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